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20 de fev. de 2010

Relatos de um acamps

Semana mais que corrida, por isso demorei um pouco para postar! Feriado de carnaval prá lá de divertido!
Esse feriado resolvemos acampar, precisávamos sair da cidade e um acamps é tudo de bom. Minha família sempre acampou e é um mais divertido que o outro. Depois de tantos acamps é difícil imaginar uma história de acamps tão original como a que eu e o Lê trouxemos nesse carnaval.
Tudo que podia dar errado, deu! E o que não podia dar errado também. Pegamos barraca, fogareiro, cadeiras e mesa emprestados com a minha mãe (lá em casa, os acamps tem estrutura!). Compramos uma lona para pôr embaixo da barraca, comida e cerveja. Tudo perfeito, né?! Nada... Antes mesmo da gente sair da cidade os problemas começaram...

O Lê passou a semana toda correndo atrás de um camping, nada dava certo. Chegou sábado à tarde, com o carro carregado e abastecido, prontíssimos para pegar a estrada, um olhou para o outro e disse:
- Tudo certo?
- Tudo certo!
- Agora só falta uma coisa: pra onde a gente vai?
Não tinha pra onde ir! A gente queria tanto acampar que éramos capaz de montar a barraca aqui na garagem de casa! Mas não foi para tanto, tentamos a sorte e conseguimos o último quiosque de um camping daqui. Ótimo! Vamos montar acampamento!
Mal começamos a montar a barraca, começou a chover. Mas não era qualquer chuvinha, era temporal, coisa séria. Tomamos aquele banho de chuva característico de acamps. Os nossos pés ficaram cobertos de lama! Lembro que na minha infância, minha família sempre acampava com uns tios meus. Todo mundo toma banho normal num acamps, mas é impossível manter os pés branquinhos. Eles ficam de um jeito que precisa de um escalda pés e algumas horas de faxina quando chega em casa. Pois é, mas a minha tia não pensava assim, fazia as minhas primas passarem os dias de acampamento lavando os pés. Imagino o que ela faria se tivesse visto os meus pés afundando na lama...
Apesar das dificuldades, levantamos a barraca! Enquanto eu organizava as coisas lá dentro, o Lê foi ajeitar o fogareiro para começar a janta (siiiim isso já era hora de jantar). Aquele fogareiro é testemunha dos acamps da família Paludo desde que eu me lembro de acampar. Uns tempos atrás a minha mãe emprestou o dito cujo. Não sei o que houve nesse empréstimo (pq apesar de velhinho, ele estava super bem conservado e nunca tinha dado problema), mas quando o Lê ligou a mangueira de gás, ela estourou. Ele conseguiu consertar, ajeitou tudo de novo, ligou o gás e... vazou para todos os lados. Deu medo. Ele desligou o fogareiro e a gente (que tinha levado a maior parte da comida para fazer na panela) ficou com 10 pães e 3 Kg de lingüiça para passar 4 dias! Não tinha coisa melhor! Como estava bom! Super bem preparado! Juro que não agüento nem pensar em comer pão com lingüiça...
Depois de perder o fogareiro, perdemos outras coisas em sequência: lembra da mesa? ela é super bacana, mas precisa trocar uns parafusos que não se acha em lugar nenhum! Ficamos sem mesa; sabe as cadeiras? Essas também renderam história, mas sentamos no chão. Para montar essas cadeiras, tem que ter umas madeirinhas. Quando a gente carregou o carro aqui em casa eu falei para o Lê “confere se as cadeiras estão com as madeirinhas” e ele conferiu. No acamps, cansada, pensei em montar as cadeiras para descansar um pouco, quando procuro as madeirinhas, elas não estavam lá. “Leaaaaaaaandro! Cadê as madeirinhas da cadeira?” “Tá tudo aí, não tem nem prego solto, você tá ficando louca...”. Ele não conhecia o sistema da cadeira...
Quando terminamos de montar e organizar o acamps, o Lê foi assar as lingüiças. Fomos no quiosque e descobrimos que tinha tanto buraco no teto que chovia mais dentro do que fora. Resultado? Chuva = dentro da barraca, nem o fuço para fora. Como choveu quase todo o feriado, tinha que ficar recolhido lá na barraca, dependendo do vento, quando abria um pouco da porta, chovia dentro.
Na segunda-feira o tempo deu uma trégua. Estavamos sentados no banquinho do quiosque, aproveitando um pouco e ouvimos um barulho: era do curto circuito da tomada do quiosque. Nessa tomada estava ligada a extensão que levava energia para o quiosque vizinho (siiim super gambiarra). Enquanto o Lê foi chamar o dono do camping para resolver o problema, começou a sair mais faíscas (muuuuuuiiiitas) e fumaça. Pensei “pronto, é só o que falta. Vai pegar fogo nesse negócio!” Foi desligada a energia e foram descobrir o que tinha acontecido. Os campistas vizinhos ligaram um FORNO ELÉTRICO para assar um BOLO! Quem leva um forno elétrico para um acampamento? Primeiro, se você quer o conforto de casa, fique em casa. Segundo, quem não sabe que a estrutura elétrica de um camping não suporta esse tipo de coisa?
Depois disso, as piadas eram “amor, desliga o forno elétrico porque a torta já tá pronta”, “Gorda, faz um café. A cafeteira já está ligada” e por aí vai. Como o Leandro não perde a oportunidade de uma piada, já avisou a Eve e a minha mãe que ele só vai no próximo acamps (em fase de organização) se levar tudo isso: “sem forno elétrico, cafeteira, liquidificador, torradeira e, claro, a batedeira para você fazer um bolo, eu não vou” diz ele. Eu mereço?
Quando fomos desarmar o acamps, fizemos as contas. Nós fomos os únicos que resistimos a chuva! Desde que nós montamos o acamps, todos os outros foram embora... No último dia deu uma chuva tão forte que alagou a barraca dos vizinhos, passou até no lençol! A gente foi firme e forte! Ficamos até o último dia! E só entrou um pouco de água na terça mesmo. Tudo isso porque desenvolvemos uma super obra de engenharia para evitar a água, até porque a gente não tinha lona em cima da barraca...
O texto já ficou enorme e tem muitas histórias ainda (Catarina correndo atrás de galinha, eu babando na comida, além de outras vááárias)! Mas acampamento é isso mesmo, muito trabalho, muitas histórias e muitas risadas. Esse está rendendo risadas até hoje. Agora que é estranho esse gosto por trabalhar, se sujar, ficar tudo no improviso e achar isso uma maravilha, ah isso é. Como já disse, o próximo acamps já está sendo organizado, mas eu e o Lê (ah! e a Catarina) tomamos algumas decisões: para acampar de novo, vamos comprar lona para pôr em cima da barraca, mandar o fogareiro para a revisão e... comprar uma barraca já que esta é emprestada!
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