Páginas

19 de mar. de 2009

Quem ainda envelhece?

O Clodovil morreu! Como assim? Quando ouvi que ele tinha 71 anos, desacreditei! Tão... conservado! Pô! Fala sério, ele não parecia ter 71 anos.
****
Hoje fui ao banco, aquela fila gigantesca como sempre. De repente chegou uma senhora e foi para o caixa de idosos. Idosos, acima de 60 anos. Das duas, uma: ou aquela mulher estava zuando de todo mundo e tem no máximo 50 anos ou ela é a versão feminina do Clodovil. Porém, sem todo o estilo e glamour do falecido deputado.
****
Estava assistindo o Big Brother (siiim, após 8 edições, fui cair nessa besteira ese ano...) e falaram da Naiá. Socorro, detesto aquela mulher! Respeito as diferenças, mas quem se expõe está sujeito a julgamentos. No entanto, isso é assunto para outro texto. O que importa aqui é outra coisa: a Naiá não representa para mim uma mulher idosa comum. Não que ela não aparente a idade que tem, só que ela não tem nada a ver com a imagem que eu tenho de uma mulher da idade que ela tem e aparenta.
****
Resultado? "Caramba, adoro o quanto o mundo está sempre mudando, as coisas sempre em movimento. Mas (sempre tem um "mas"...), não importa quem você é ou o quanto a fim você é desse movimento todo, é difícil de acompanhar, né?!"
Nessa ordem frenética de cuidados com a imagem, aparência e idade, não sei como os meus filhos vão reconhecer as diferenças. Esse negócio de 'como será com os meus filhos' já rendeu muitas risadas e ideias absurdas (ou não...) nas minhas conversas com a Eve.
Parei e pensei como será a minha mãe com 60 anos: com todo o estilo e glamour dela (sim, sem falsa modéstia, minha mãe é o auge!), entra no banco e vai para a fila. Chega um funcionário do banco, muito polido, e diz "a senhora pode usar o caixa preferencial". Socorro! Acho que ela tem um treco! Não sei o que ela ia preferir: que acreditassem que ela ainda tem 38 e 'tá meio acabada' ou que ela 'tá super conservada' apesar da idade.
Essa cena rendeu a mim muitas risadas. Agora, não importa quantos anos passem, não acredito que ela se encontre no "estilo Naiá" de envelhecer. Duvido que até chegar aos 60 anos (e falta bastante) minha mãe perca a educação, o respeito e deixe de se portar de maneira adequada.
Vejo essas mudanças de uma forma muito positiva. Não é porque as pessoas envelhecem que devem parar de viver. Minha vó disse uma frase incrível e que me causou um orgulho tremendo dela: "Tenha a idade que você sente. Porque envelheci devo deitar na cama e esperar a morte?".
De qualquer modo, se a preocupação está no corpo, espero que ninguém esqueça de alimentar a mente e o espírito. Do contrário, como será com os meus filhos?
Comentários
1 Comentários