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27 de jan. de 2009

A vida continua. Continua?

Fazer coisas inevitáveis e seguir a vida em diante são coisas muito diferentes ao meu ver. Levantar, escovar os dentes, comer, tomar banho, pagar as contas, são coisas inevitáveis, é preciso fazer. Para seguir a vida é necessário fazer planos, buscar a realização dos sonhos e mais um monte de coisas.
Escrever aqui faz parte da segunda lista, por isso é tão custoso e a demora foi tão grande.
Dizer que sigo a vida porque não tem como ser diferente é só uma expressão para explicar que determinadas coisas são inevitáveis e por isso que faço.
A idéia do blog é escrever o que estou pensando. Nos últimos três meses (que se completam amanhã) só um assunto é pertinente para mim: meu pai, em todas as variáveis - o amor, a alegria, o orgulho e a gratidão de filha (presentes desde sempre); a saudade, a falta, a dor e a tristeza por perdê-lo; e, por fim, a sensação de impotência, pois nada posso fazer para mudar a realidade e nem para que se faça justiça.
A vida do meu pai foi tirada com violência. Alguém decidiu que aquela era a sua hora. Essa pessoa cometeu um crime e deve pagar por ele. Assistir os dias passarem, e a dor aumentar, sem assistir junto a punição do criminoso, faz essa dor aumentar ainda mais.
Não desejo nada além da justiça. Que seja (ou sejam, nem isso sabemos) julgando o assassino que tirou o meu pai do nosso convívio, sob as leis que regem a nossa sociedade. Enquanto isso não ocorre, as coisas inevitáveis continuam sendo feitas. Seguir a vida é outra história.
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