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28 de ago. de 2012

O "maior" sãomiguelense do ano

Tenho algumas boas lembranças da família Pagot na minha infância. Lembro pouco, admito. Mas respeito a memória do antigo prefeito de SMI e de toda a sua família. Deixo isso claro desde o início para demonstrar que não há qualquer intenção de ataque pessoal, honra ou qualquer coisa nesse sentido.
Enfim, o Luiz Antonio Pagot, filho do sr. Ferdinando - ex-prefeito da minha terra natal - está em todas as Tvs, rádios e sites de notícias (amanhã nos jornais e domingo nas revistas!). Ele é ex-diretor do DNIT, já falou com a imprensa e hoje prestou depoimento na CPMI do caso Cachoeira. 
Já expliquei que não tenho nada contra ele, muito menos contra a sua família. Mas, depois das 8 horas de depoimento (assisti quaaase tudo) e várias matérias que li depois, ainda sobraram algumas perguntas.
Vou fazer tópicos para não perder a linha de raciocínio:
1) O Pagot disse que à pedido do tesoureiro da campanha do PT, José de Filippi Junior, pediu doações para o PT, na época da campanha da atual presidente Dilma Russeff, em 2010.
2) O Pagot disse que não se considera arrecadador porque ele não recebia as doações (mas pedia!). Ele disse no depoimento que aquilo que fez não é arrecadação política: 
"Não arrecadei para a campanha eleitoral. Penso que a forma de arrecadar é ir lá na empresa conseguir os valores, fazer com que os valores se apresentem nas contas públicas da campanha. Não tive atividade política, mas fui procurado pelo tesoureiro da campanha da presidente Dilma e ele me pediu ajuda"
Pagot contou qual era a sua parte. Ele fez uma lista das empresas que prestavam serviço para o DNIT e entregou para o tesoureiro da campanha. No depoimento, ainda explicou:
"Ele me disse que, com as maiores, não era preciso se preocupar, porque era assunto do comitê de campanha. Que, se pudesse pegar umas 30 a 40 empresas para fazer solicitações, que apresentassem a doação na conta de campanha"
3) O Pagot disse que se negou a pedir doações para a Ideli Salvatti e para o Hélio Costa.
Agora vamos para as minhas dúvidas:
1 + 2 = se ele não recebe, então não é recebedor. Mas se pede e outro "passa buscar", ele não participou da arrecadação
1 + 3 = para a Ideli Salvatti e para o Hélio Costa ele se negou a pedir. Por que não se negou a pedir para a campanha da Dilma? Qual é a diferença entre pedir para a candidata a presidente que era apoiada pelo Lula e para os outros dois aliados? 
1 + 2 + 3 = Ele disse que pediu doações (1), ele não se considera arrecadador, mas admite ter participado do processo (1+2), ele disse que foi procurado para fazer o mesmo por outros candidatos (3). E ele ainda disse que gostaria de uma CPI do DNIT?!?! 
Em que mundo estamos que o diretor de uma autarquia pode pedir para os empresários que desejam fechar negócios com a autarquia que façam doações para uma campanha eleitoral e isso é normal? Em que mundo que o pedido do diretor da autarquia não quer dizer nada para os empresários que querem fechar um negócio com ela? 
Qual foi a surpresa quando ele disse: "constatei que diversas empresas às quais fiz a solicitação, realmente fizeram a doação". Ah! Sério?!
A minha curiosidade me permitiria perguntar mais uma porção de coisas. Mas essas perguntas estão um pouco insistentes na minha cabeça. Sei de "jornalista" que se considera amigo do Pagot. Eu lembro do Luiz Antonio Pagot, mas não tenho intimidade nem para receber ligações dele, nem para fazer ligações para ele. Se alguém puder, pergunta aí, vai!
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