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20 de set. de 2012

Dia do gaúcho

20 de setembro. Além de todas as merecidas homenagens, essa é uma data nostálgica para mim.
Cultuei a tradição gaúcha por anos nos CTGs, onde aprendi muito. 
Minha história gaúcha começou quando eu tinha 8 anos. Haveria um concurso cultural e minha mãe pediu que eu participasse. No início relutei - eu não gostava. Depois que aceitei, contei com a dedicação da minha família e, em especial, da Analú para começar o aprendizado sobre a história, geografia e cultura do Brasil com ênfase na região Sul.
Acho que todas as minhas conquistas nesses concursos têm imenso valor. Mas não posso negar, tenho minha preferência por duas das minhas faixas. Ostentei com orgulho todas, mas carregar o título de 1ª Prenda Mirim do CTG Querência Amada e, depois, de 1ª Prenda Mirim do MTG - Paraná foram diferentes. Não sei nem como descrever o sentimento que tenho quando admiro as faixas.
Claro que não me faltou orgulho em representar a 12ª RT e tão pouco a CBTG. Do mesmo jeito que não me faltou orgulho de ostentar os mesmos títulos que conquistei na categoria juvenil. Mas o apreço pela categoria Mirim, pela minha primeira casa gaúcha e pelo meu Estado trouxeram elementos diferentes às faixas.
Falando em primeira casa gaúcha, tenho que dizer: amo cada uma das casas que abriram as suas portas e me receberam. Agradeço todas, tanto aquelas que abriram as portas para eu participar em invernadas artísticas (CTG Querência Amada - São Miguel do Iguaçu, CTG Estância Crioula - Foz do Iguaçu e CTG Estância Colorada - Cascavel) quanto as que me receberam para eventos com a típica hospitalidade gaúcha.
Nessa vida gaúcha conquistei muitos amigos. Amigos para uma vida inteira. São muitos anos, com muitas histórias e muitos amigos. São tantas e tantos que não há como contar e nomear, sob o risco de esquecer algum.
Mas, claro, tem aquelas histórias que quando penso em CTG já vêm ao pensamento.
Como não lembrar o Lu e o Dami, no rodeio em Santa Rita, colocarem um CD do Raimundos tocar (super alto!) no acampamento. Resultado? O pai ouviu de longe e veio correndo "pegar" os guris. Eles, claro, desligaram e correram. 
E tem como lembrar do Dami sem lembrar também dele gritando: "pega o véio!", história de um futebol de bombachas em Medianeira?
Como esquecer das tertulias e bailinhos improvisados entre um acampamento e outro no Fepart de 1996?
E como não lembrar do frio terrível de Guarapuava no Fepart de 1997?
E "gabide" no Fepart de 2000?
Haveria um modo de esquecer a entrada da nossa apresentação campeã juvenil no Fenart de 2001?
Existiria como esquecer "as gurias de blusinha branca" no Fepart de Pontal?
Como esquecer um grupo que grita ser como uma espora, que sem um dos "dentes" jamais seria o mesmo? 
As histórias são boas recordações e tem muitas mais guardas na memória. Mas aquilo que carrego com mais orgulho é a família de amigos. Esses não vou nem começar a listar... Não conseguiria escolher um nome para iniciar a imensa lista.
Mesmo à distância dos CTGs, continuo uma gaúcha paranaense. Sei que aquela tradição e cultura  fazem parte de quem sou. Ainda que vista uma calça jeans, no meu íntimo sempre sentirei o trajar de um vestido de prenda.
Por fim, resta dizer que tenho saudade. Tem um trecho da poesia "Mascates de si mesmo" do Julio César Paim que descreve bem os meus pensamentos agora:
"Ah! Se a gente pudesse colocar uma pedrinha 

na vesícula do relógio de areia para sentir a dor
de parar o tempo e voltar ao campo
em busca da essência, da raiz de um cravo vermelho
- a mais medicinal e campeira flor!
Ah! Se a gente pudesse trocar 
uma arroba de saudade por um naco de esperança
e dar de volta um cargueiro de amor!"
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